A última coisa que lembra é de ter tocado a campainha na casa de sua antiga sensei, Inori-san, acordou em uma cama de casal rústica de madeira com detalhes em ferro, ao olhar para lado viu uma silhueta de mulher, ela vestia uma camisola branca que estava suja de sangue, assim como o lençol da cama, Touya se sentia um pouco cansado e ao fechar os olhos pode ver Rangimaru com um sorrisinho de satisfação no rosto sentado numa cadeira invisível dentro das sombras eternas de sua mente. Touya olhou para o lado da cama e em cima do criado mudo viu uma de suas kunais embebida em sangue, a situação lhe gerava inúmeras dúvidas, “O que havia acontecido na noite passada?”, “Quem era aquela mulher?”, “De quem era aquele sangue”, atormentado por essas perguntas levantou da cama com uma das mãos na boca e uma expressão de culpa no rosto.
De frente para o corpo deu dois passos para trás e pisou em algo fofo, era o rabo de um gato que gritou o mais alto que pode antes de sair correndo dá-li, o corpo começou a se mexer e lentamente se levantou, ainda de costas para OT. Touya ao pisar no rabo do gato se desequilibrou e caiu de costas no chão fazendo outro barulho, após esse barulho uma voz familiar veio da mulher que nesse tempo já estava em pé de frente para OT
– Touya-kun... Por que teima em não descansar? E por que escondeu de mim o que realmente havia acontecido com você... Isso em seu olho não foi nenhum ferimento de combate e sim um transplante... E... Você sabe o que vai acontecer com você por causa desse olho... Você já deve saber... Por isso veio aqui em casa tão tarde da noite... Te encontrei desmaiado na minha porta e com a ajuda da mãe te trouxe aqui para o meu quarto onde cuidamos de você a noite toda... Seu corte não parava de sangrar de jeito nenhum e uma espécie de pus branco estava dentro desse corte na sua bochecha... Enquanto tentávamos refazer os procedimentos de cura pós-cirúrgicos você não parou de gritar... A mamãe foi conversar com o Onoki-baa-san... Você acredita que ele chamou a guarda pensando que alguém estava morrendo aqui?? Esse velho não tem mais jeito... Mas... Fico feliz por estar bem... - Touya não havia reconhecido a silhueta de sua antiga amiga Izumo, quando ela havia largado de ser uma menina e se tornado uma mulher? Ela tinha a sua idade, mas seu corpo havia se desenvolvido muito mais rápido que o dele, quando ela terminou de falar já estava com o corpo próximo ao de Touya, os olhos dela estavam úmidos e as olheiras faziam seu olhar ter ainda mais intensidade. OT a puxou contra seu corpo e a abraçou, seu olho direito estava enfaixado com algumas bandagens enquanto que o esquerdo começava a chorar, com um “
-Me Desculpe –” eles ficaram abraçados por mais algum tempo, o ombro de Touya já estava encharcado pelas lágrimas que escorriam de Izumo, ela havia realmente mudado, no passado o tratava com certa frieza e não se afastava muito de OT, talvez por ciúmes de sua mãe cuidar dele como um filho, mas agora Izumo estava diferente, ela estava demonstrando uma exagerada preocupação com o garoto com quem havia convivido por toda sua infância. Talvez os sentimentos de uma irmã mais velha com medo de perder seu irmãozinho tivessem finalmente aflorado ou algum novo sentimento tivesse despertado em seu coração, Touya não sabia resposta para essa dúvida então preferiu simplesmente ficar abraçado com ela até que algo acontecesse e não demorou muito tempo para algo acontecer, Inori chegou em casa batendo a porta da sala com força e gritando alegremente:
– Ohayou... A bela adormecida gritadeira já acordou?? – Izumo se levantou primeiro e ajudou Touya a se levantar, eles caminharam até a cozinha onde Inori começava a preparar as coisas para o café da manhã, um silêncio desconfortante tomou conta do local enquanto eles preparavam a comida, algumas frutas foram postas em cima da pia da cozinha e Izumo começou a lavá-las com a água corrente da torneira, OT estava ao seu lado e com certa maestria descascava as frutas rapidamente, depois de terem lavado e descascado uma grande parcela de frutas, OT e Izumo começaram a cortá-las em pequenos quadradinhos de tamanho não-uniforme e foram jogando os pedacinhos em uma vasilha alta que continha groselha liquida, a mesa já estava posta com quatro pequenas vasilhas e três pares de hashis, o silêncio ainda predominava no ar, um olhar preocupado acometia os olhos de Inori-san. Batto entrou pela janela e literalmente caiu de boca em sua salada de frutas, Touya brincava com a comida em sua vasilha, a ficava movendo de um lado para o outro fazendo o liquido virar um pequeno redemoinho, ele estava meio envergonhado pela noite passada. Inori deu um pequeno sorriso e suspirou profundamente antes de começar a falar em um tom levemente repreensivo:
– Você sabe o que você fez rapazinho? Realizar um transplante desse sem os devidos cuidados médicos poderiam ter te custado a visão, até mesmo a vida... Você realmente tem muita sorte de ainda estar vivo... Já pensou na dor que causaria aos seus pais caso você morresse por uma coisa dessas... Foi uma atitude extremamente egoísta de sua parte... Não... Não sei o que aconteceu com você nessa missão, mas você não tinha o direito de arriscar a sua vida de tal maneira... Como as pessoas que te ama ficariam ao receber a notícia de que você morreu em missão?? Sei que esse é um dos perigos da vida shinobi... Mas...Mas... Você não tinha esse direito... – Inori interrompeu a sua fala para limpar seus olhos e controlar o seu principio de soluços antes de voltar a falar:
- ... você não tinha o direito de nos deixar preocupadas desse jeito achando que você ia morrer noite passada... Mas agora que a merda está feita... Vou te ajudar a dominar isso... Primeiro... Como você não é um Uchiha seu gasto de chakra para manter o sharingan será ainda maior... Então iremos treinar o seu controle de chakra... – Ela fechou seu punho e o levou próximo ao corpo, no estilo reverso da comemoração do Pelé, OT estava ainda com mais vergonha e tentava se esconder na cadeira atrás da tigela de frutas, só agora que ele foi perceber que estava somente com sua roupa de baixo, o que o deixou com mais vergonha ainda, o restante do café foi tranquilo, Batto e Izumo foram para o lado de fora brincar na pista de corrida com obstáculos de Inori, consistia em uma pista em linha reta onde sacos de areia ficavam balançando de um lado para o outro e qualquer falha indicaria em um golpe na cabeça que provavelmente os arremessariam para longe, Touya acompanhou os primeiros minutos do treino deles, viu Izumo correr na frente de Batto o ensinando como deveria ser feito e logo em seguida Batto foi voando com tudo e tomou um golpe em cheio sendo arremessado na arvore, Izumo correu e o curou do impacto fazendo com que ele tentasse novamente, depois de umas cinco tentativas e umas três porradas na cabeça Touya finalmente se dirigiu onde Inori o esperava, ela estava no porão ao lado de uma espécie de construção de madeira parecida com “O Furo” cheia de água e de aproximadamente dois metros de diâmetro. A água cobria cerca de 70% do volume total e quando OT entrou foi a altura de 80%, Inori disse para Touya que ele deveria aplicar as suas ondas sonoras de forma que ele expelisse toda a água para fora do recipiente.
Ela o entregou sua lira e então ele começou a tocar, com movimentos rápidos e precisos logo uma melodia alegre tomou conta do local, seus dedos começaram a brilhar e algumas notas depois ele começou a expelir o chakra acumulado juntamente das ondas sonoras, a água tremeu no início e começou a se afastar do seu corpo, como a pressão exercida por ela era em direção diagonal para baixo a água não transbordou, então ele foi se abaixando lentamente enquanto em contra-partida a água subia na mesma proporção, ele se concentrava mais e mais, seus dedos brilhavam quase como se estivessem em chamas azuis no momento em que ele dedilhava, quando sentou no chão do recipiente havia expulso quase toda a água de lá, a primeira parte do treinamento havia terminado, então para dificultar ainda mais as coisas Inori mandou ele recomeçar o jutsu, ele sem hesitar assim o fez, ela ligou uma espécie de chuveiro com regulagem de pressão e o colocou em 40%, a água batia numa espécie de proteção invisível ao redor de Touya e escorria em uma circunferência, também invisível, caindo ao seu lado, aos poucos ela foi aumentando a intensidade do chuveiro forçando OT a se empenhar ainda mais, subitamente seu olho começou a doer e ele perdeu o controle e o ritmo da melodia tomando uma forte corrente de água gelada na nuca, ele desmaiou e ficou boiando com a lira em cima de sua barriga. Inori o pegou no colo e o enxugou, trocou sua roupa e o deixou dormindo na cama de Izumo, quando acordou já era fim da tarde, foi para a janela e viu que Batto estava no colo de Izumo no galho de uma arvore, eles estavam conversando mas pela distância OT não conseguiu entender o que era continuou os olhando e viu Izumi dar um banho em Batto com uma mangueira.
Inori havia saído devido a um chamado de um outro jounin, Touya foi até a cozinha e preparou uma grande panela de ramém de frango para o jantar, quando Inori voltou todos os quatro jantaram juntos antes de irem para a sala apreciar as músicas de OT, as dores pareciam ter diminuído por causa do tratamento intensivo que estava sofrendo.
Onba :
35% Oto • Onba (Campo Sonoro)
Quem usa: Ninjas Otton
Rank: C/B
Descrição: Expelindo ondas sonoras por intermédio de instrumentos ou por alguma outra forma, com o grito é possível, o ninja cria um campo ‘invisível’ que é capaz de realizar duas funções básicas, desacelerar e/ou repelir formas sonoras, quando o jutsu é criado, tudo o que o ninja Otton quiser ele pode expelir, pessoas ou itens em até 5 metros de distancia. Sendo que como jutsu rank C, tem efeito sobre itens e seres pequenos. Valendo para seres e objetos maiores quando aprimorado para rank B.
[A cada 20% se aumenta 1 metro.Preciso 40 de Habilidade e 20 de Controle de Chakra]