12 dias de velocidade
Suzuki suspirou, estava tão acostumada com a movimentação dos uchihas naquela mansão, que sentira falta deles, abaixara sua cabeça e olhou pelo vitral da cozinha, midori ainda não havia voltado da reunião, e começou a se preocupar, a lua resplandeceu alto no céu e sua luz refletiu sobre a grande mesa de mármore da qual Suzuki estava sentada e graciosamente brincava com a cesta de maçã ao centro da mesa, finalmente se entediou e pousou sua cabeça, estava cansada, e antes de perceber havia adormecido.
Ela abriu os olhos, sentira algo confortável sobre os ombros, um cobertor a cobria de forma gentil, coçou os olhos, midori estava sentado ao fim da mesa. Com os cenhos fechados e as duas mãos juntas sobrepostas na mesa, os seus olhos se encontraram pela primeira vez.
--O que houve midori-san?---
---Seu irmão Luís morreu em missão... O corpo foi despachado hoje do necrotério---
A resposta vira de forma impactante contra Suzuki, não esperava aquilo, sabia que Shinobis morriam a todo o momento, mas quando a morte bate a sua porta e lhe entrega o corpo de seu irmão, se torna algo realmente difícil de engolir, ela respirou funda e permaneceu em silencio, não havia palavras para descrever o que sentia sobre aquilo.
---Agora irei para meu quarto. ---
Ele se levantou, e virou as costas para o corredor, talvez fora instinto, ou pena, não sabia ao certo o que havia lhe feito se mover em direção a ele e lhe abraçar, ele parou, ela temeu que ele a empurrasse para longe, mas isso não aconteceu, os dois ficaram parados, sobre a luz do luar.
---Eu não sou tão boa quanto ele... mas... Irei fazer ao máximo para um dia ser tão forte quanto ele... ---
Suzuki ouviu um leve suspiro, ele começou a se distanciar dos braços de Suzuki, ela o olhou com lagrimas nos olhos, queria não se envolver sentimentalmente com qualquer membro do clã Uchiha, mesmo assim, ele era seu pai, e no fundo, por mais que ele parecesse odiá-la não havia demonstração desse sentimento nos seus olhos, Suzuki sentia isso.
---não se engane Suzuki, só porque Lucas morreu em missão não significa que pretendo colocar você como substituta--- ele continuou a caminhar sem
olhar para trás, até ela escutar o som da porta se fechar atrás de si.
Ookami riu em sua mente, uma mistura de sarcasmo e ironia.
--- É isso que você toma quando tenta dar um passo maior que as pernas... ---
Mordeu os lábios e se virou em direção à porta, seu primeiro instinto era fugir dali, ir embora daquele local, de konoha, porem Suzuki seguia um código próprio, apesar de sua pouca idade se acostumara lendo uma frase que a inspirou seguir em frente “Fugir é fácil, qualquer um pode fazer isso, difícil é
encarar a vida de frente.”.
---O que foi? Achei que ia voltar para sua casa---
---Cale a boca Ookami... Se não tem nada para falar é melhor que fique quieta... ---
Os cabelos de Suzuki lhe caiam aos olhos, sentia que estava prestes a chorar, então finalmente abriu a porta para a varanda e respirou fundo, forçou um sorriso nos lábios.
---Vai treinar?---
---Não a muita coisa para se fizer, e estou sem sono. ---
Ela jogou a capa vermelha por cima dos ombros e cobriu parcialmente o rosto pegou suas armas, iria dar uma volta por Konoha para arejar a mente, não havia imaginado o que havia acabado de fazer, ou melhor, queria não lembrar-se da resposta de seu pai.
Andou descompassadamente, atravessou o bairro Uchiha, parecia que a noticia ainda não havia chegado aos ouvidos dos outros membros, atravessou o pequeno portal que dividia a vila do bairro, não havia bem um lugar para onde ir, porem quando seus pés se deram conta estava distante de qualquer outro local, era um beco distante e sem saída.
---horas se não é a shinobi Suzuki---
Se virou, era um Uchiha um dos vários que costumavam incomoda-la, na verdade havia mais quatro atrás dele, provavelmente só queria um bom motivo para discussão, e infelizmente não era um bom dia para incomodar a jovem Suzuki.
---Não estou com saco para aturar vocês... E não quero lutar... Por isso desapareçam. --- Murmurou Suzuki.
O mais velho de aproximou, colocou a mão sobre o ombro do Suzuki e sorriu.
---Calma... Não estamos aqui para brigar... Apenas notamos que você parece solitária... Não quer sair com a gente?---
Ela sorriu.
--Eu recuso... Não tenho tempo para vocês... ---
---o que é isso menina, prometemos que você ira voltar para casa em segurança---.
Suzuki sentiu o cheiro de álcool, eles eram mais velhos do que ela, mesmo assim não havia completado dezesseis anos e provavelmente não poderiam
beber bebida alcoólica, mas quem poderia culpa-los, suas famílias haviam sido mortas na guerra, eles eram iguais a ela, um bando de pessoas que não tinham motivos para existir, mas que estava sempre à procura de algo que as fizesse seguir em frente.
---Eu já disse... Deixem-me em paz---
Ela girou o corpo, sobre o próprio braço do garoto, dando uma voadora sobre sua cabeça, ele caiu no chão, nocauteado, mas logo se levantou.
---Porque diabos fez isso?---
---Já disse, sumam daqui... Não estou com saco para cuidar de vocês---
O garoto avançara velozmente, apesar de alcoolizado ele ainda era um chunins e ela ainda uma gennin com um temperamento dos infernos, desviou-se e respirou fundo, não iria usar armas contra eles, não queria levar uma repreensão atoa de seu pai, inclinou o corpo e deu uma rasteira simples contra ele, avançou contra o próximo que vinha porem, para seu azar, ele não estava alcoolizado, girou o corpo, dando um soco contra a bochecha rosada de Suzuki, ela saltou para longe, se posicionou, e respirou fundo, sabia que nada de bom aconteceria se perdesse a calma.
---O que foi, acha que da conta de lutar contra três?---
---Esta de brincadeira comigo? Se estivessem de mãos amarradas eu conseguiria lutar contra vocês---
Seus olhos se tornaram vermelhos, os dois tomoe se manifestaram através das grandes pupilas dilatadas, ela precisava ter alguém para descontar suas frustrações, e infelizmente eles haviam chegado à hora certa.
O primeiro avançou com velocidade, saltou para cima em uma voadora contra Suzuki, algo previsto por aqueles olhos, ela abaixara sua cabeça, tentaria mobiliza-los o mais rápido possível, concentrou chakra sobre o punho esquerdo, e dera um forte soco contra a virilha do primeiro enquanto o mesmo ainda estava em pleno impulso.
---hoken---
Ele cairá completamente desnorteado, gemendo ao chão pela dor que sentira, ela riu porem seu sorriso durara por pouco tempo, sentira um forte soco
contra suas costelas, o terceiro adversário a havia pego desprevenida, um soco contra seu estomago fez com que ela fosse jogada longe contra uma
parede.
--ei você esta bem?--- Perguntou terceiro para o segundo que ainda estava caído no chão.
---Você me paga--- gritou Suzuki enquanto avançara velozmente em um sushin, porem quando a mesma estava preparada para dar um soco, sentiu seu corpo ser impedido por algo, ela se virou, e olharam, seus tornozelos, braços e pernas estava presa por grossas raízes que saiam do chão, ela se assustou, e virou seu rosto. –Hokage... Sama...---
---o que pensa que esta fazendo Suzuki?---
O grupo de uchihas saiu correndo.
---Eu... Eu... Desculpe-me... ---
Aos perceber que a mesma havia se acalmado ele a colocou sobre o solo novamente, as raízes se voltaram para dentro do solo, e Suzuki abaixou sua cabeça.
---Desculpas ou não, o que diabos pensou em fazer com esse selo explosivo?---
Ela guardou o selo que havia pegado na hora da raiva, e pensou, na verdade havia agido por impulso.
---Me desculpe Sensei... Eu... Estou frustrada... ---
Começara a chorar.
---isso não é motivos para lutar contra seus companheiros. ---
---eu sei disso... Mas... O que devo fazer para adquirir respeito... Quando os encontro... Eles me pirraçam fazem confusão e querem me bater... Achei
que mereciam uma punição. ---
---deixe as punições comigo, ou com o líder de seu clã... Agora venha... Vamos dar uma volta por konoha e explicarei a você algumas coisas básicas sobre como ser uma companheira e de adquirir respeito. ---
Suzuki voltou para a casa com a orelha dolorida, ouvida do hokage o que queria e o que não queria ouvir, mas estranhamente se sentia confortada com aquilo, significava que alguém naquele mundo se importava com ela, voltou para a cama, sentia ainda dores no corpo com os socos que havia recebido, mas pela primeira vez em semanas sentira um sono profundo e agradável cair sobre si.