Suzuki levantou-se ainda bêbada de sono, seus cabelos que comumente eram presos por uma fita vermelha estavam soltos pelo colchão, e demorou um pouco para se localizar, não estava em seu quarto, e muito menos no templo, coçou a cabeça e viu uma mulher madura, cabelos loiros e olhos verdes, usava uma roupa bastante incomum, camiseta branca de gola alta com o símbolo do clã Uzumaki sobre os pulsos, um chapéu que mais parecia uma touca que cobria os seus cabelos curtos.
---Onde estou?---
Perguntou a menina enquanto se levantava com certa dificuldade e caminhava até o espelho de parede branca do quarto, havia vários retratos muitos deles de Yukari que não combinavam com a jovem misteriosa, e Suzuki logo pensou que seria da antiga dona do corpo que o espirito de Yukari usava.
---Esta no quarto de Yukari-Sama, não sabe ao certo, mas parece que vieram de um churrasco ou do Ichiraku depois da missão---.
--Yukari? Missão?---
A menina então se recordou sobre o tal objeto e de como havia sido seduzida por Ookami para comer e ficar na sua casa como o prometido na missão anterior.
---Suas roupas... Eu as lavei ontem à noite quando chegou, e podem não estar completamente secas, peço perdão. ---
---Yukari... Onde ela esta?---
---Foi conversar com o líder dos Uzumakis e dizer sobre sua estadia na casa dela, sabe os uchihas não estão entre os clãs mais próximos dos Uzumakis. --- completou a mulher enquanto gentilmente colocava a roupa sobre o criado mudo e começava a dobrar o futon que Suzuki havia usado.
---Qual é seu nome?---
---Meu nome é Rani... Ran Yakumo, Suzuki-Sama. ---
Suzuki riu sem jeito, a mulher era formal de mais e a menina não sabia bem como lidar com formalidades, pegou o laço e os segurou entre os lábios até amarrar os longos cabelos, puxou suas vestes sacerdotais e as vestiu, havia um cheiro de flores e estava tão bem passada que a menina mal pode reconhecê-la.
---Pode me chamar apenas de Suzuki, formalidades não é meu forte, e obrigada pela roupa. ---
---De nada Suzuki-sân. ---
Foi quando as duas se dirigiram até a cozinha, onde uma estranha menina estava sentada, tinha cabelos curtos e também castanhos, exceto por serem bem mais claros do que a de Suzuki, vestia um vestido vermelho o que dava contraste com sua pele branca parecia ser apenas uma estudante já que não possuía nenhum tipo de bandanas.
---Chen... Quanta vez já te falou para não comer antes de Yukari-Sama. ---
A menina se levantou assustada, limpou a boca esfarelada de pão e fez um aceno com a cabeça.
---Peço desculpas senhorita... Você é Suzuki-Sama... Por favor, sente-se... --- a menina então puxou uma das cadeiras e engoliu as presas o seu café da manha.
---Não precisa se preocupar... ---Sorriu Suzuki. ---Vocês não costumam comer juntas?---
---Yukari-Sama é alguém bastante inflexível sobre hierarquias... E somos empregadas dela, recebemos bem para fazer o trabalho com
perfeição, alem de que, fomos salvas por ela... tudo o que fazemos é apenas para retribuir isso--- disse a mulher enquanto olhava severamente Chen.
A cozinha estava impregnada pelo bom aroma do café que ainda estava quente, assim como a maioria das casas de Konoha ela era feita de madeira rustica sobre o chão uma enorme pele de urso estava estendida o que He dava um ar de uma bela cabana sobre o inverno que assolava a vila.
Foi quando a porta bateu com certa violência se era uma pessoa que estava chamando provavelmente não tinha os bons modos de uma pessoa civilizada.
---com licença Suzuki-Sama... Parece que temos visitas inesperadas. ---
A mulher então caminhou até ao enorme corredor que dividia a casa, só então Suzuki percebeu o quanto teve que caminhar para chegar até a cozinha, muito provavelmente a casa era ainda maior do que a mansão hakurei ou mesmo a casa do líder do clã Uchiha.
---Uchiha Suzuki se encontra---
Disse uma voz masculina, Suzuki tentou reconhece-la, mas não era de ninguém que ela conhecia, então após comer o seu pão e tomar seu café se dirigiu também até a porta onde Ran ainda tentava convencer o homem a entregar dois envelopes para que ela pudesse dá-las a Suzuki.
--Me desculpe Suzuki-Sama esta tomando seu café da manha, se quiser eu entrego a ela. ---
---Não --- disse o homem rispidamente – A carta foi endereçada a Uchiha Suzuki e só posso entrega-la a ela.
---Pode deixar comigo Ran. --- Disse a menina enquanto caminhava até a porta e pegava os envelopes, nesse mesmo tempo Yukari se aproximava com seu típico guarda chuva branco e vestes azuis celestes, seu típico sorriso misterioso e seus olhos azuis pareciam impedir qualquer pessoa que lesse seus pensamentos.
---Parece que temos visitas tão cedo... ---
Mulher passou pelo homem e então olhou para a carta.
---Mais uma missão enfadonha... --- Disse Ookami na mente de Suzuki.
--Essa carta é para Suzuki?---
Ela tomou da mão da garota e começou a lê-la.
---Ei você essa carta foi direcionada a Suzuki lê-la sem sua permissão... ---
---cale a boca, por favor... A sua missão carteiro-sân. é entregar as cartas nas mãos de seus donos, e foi entregue... Agora desapareça da minha frente... ---
O homem serrilhou os dentes, Yukari permanecia sorrindo, foi quando ele finalmente se virou e desapareceu por cima das casas.
---Pelo jeito teremos que entregar essa carta para o líder da vila da madeira... E o pior tem apenas oito horas para fazer isso. ---
---É melhor eu me apressar então---
---Antes de irmos vamos terminar o nosso café da manha, sair da vila de estômagos vazios não faz o meu tipo. —
Após cerca de quarenta minutos desde que Suzuki recebeu a mensagem as duas estavam finalmente preparadas para poder sair de Konoha, o vilarejo não era muito longe e o único problema aparente era não poder levar asmas para não assustar os moradores.
---Eles vivem em um monastério por acaso? ---Criticou Ookami. --- pretende sair mesmo sem armas sabe que fora das proteções de Konoha não é difícil que tente te assassinar. ---
---Se pudessem fazer isso, já o teriam feito... ----
Suzuki não era tola, e desconfiava sobre o tipo de pedido na carta, a missão não era de infiltração, e nem de espionagem porque pedir algo tão excêntrico para uma coisa tão simples, além disso, todos os vilarejos sabiam muito bem sobre a guerra que assolava os pais, não deveria ser um incomodo para ninguém que ela levasse suas armas.
---Não as levarei, não visualmente. ---
Ela puxou o seu enorme pergaminho das costas, começou a escrever com certa habilidade os fuinjutsus necessários para selar boa parte de seus equipamentos, principalmente a katana e o ki Baku fuuda restantes.
Após isso ela saltou por entre as casas acompanhada de Yukari, normalmente havia perguntado se Yukari usaria de seu tele porte, mas como não recebeu respostas acreditou que a shinobi não estava disposta ou não poderia usar a técnica, como ela mesma sutilmente havia revelado, havia certas imposições para se usa-la.
As duas correram velozmente por entre os muros e telhas até chegarem ao portão principal, disse por cima que iria fazer uma missão de extrema urgência e que não teria tido tempo de pegar toda a papelada burocrática do processo e então só depois de analisar o pedido e receber o aval é que pode finalmente sair pelos portões de Konoha.
---Por um acaso nos acham com cara de fugitivas? --- Murmurou Suzuki enquanto saltava em meio a arvores e parava apenas para analisar o mapa que havia ganhado com as indicações da vila que deveria ir.
Quando o sol já estava quase alto no céu as duas Kunoichi finalmente fizeram uma pausa, Yukari havia trazido um lanche feito por Ran, o que veio a calhar já que nenhuma das duas havia pegado suprimentos para a viagem.
Foi quando alguém os barulhos das arvores atraiu a atenção da kunoichi, Suzuki terminou de morder o pão e se levantar.
---Eu sei que há alguém ai saia já--- Gritou Suzuki.
---Parece que estamos cercadas Suzuki... O que você vai fazer?---
Cerca de vinte homens bem armados saíram do meio da floresta e arbustos, não trajavam armamento shinobi, muito menos bandanas, eram provavelmente bandidos.
---Desde que os Uchihas folgaram na vigilância das estradas, essas coisas vem se multiplicando como ratos---Resmungou Yukari enquanto se distanciava e escorava-se sobre uma das arvores.
--Ei... Não vai ajudar?---
---É claro que não, meu dever é apenas vigiar para que não morra... Essa missão é sua. ---
Eles diminuíram o cerco sobre as duas, Yukari apenas fechou os olhos e se manteve calada, mas por de trás de suas costas podia se ver bem os braços de futon prontos para defendê-la de ataques.
---Mas que droga... ---
Suzuki tragou o ar, deixando com que seu chakra se misturasse o suficiente sobre os pulmões, seus olhos tomaram a coloração vermelha, e os três tomoes ficaram evidentes sobre os olhos, moveu um passo para trás e então procurou o lugar mais fraco daquele cerco, não demorou em encontrar.
---Endan—
As chamas avançaram contra os mais desprevenidos que foram pegos pelas mesmas, não era o suficiente para matar ninguém, mas o susto inicial fez com que eles recuassem dando espaço para que Suzuki pudesse se concentrar melhor.
--Espada dos céus. ---
Um numera quase infinito de caracteres começaram a surgir no braço da genin e no mesmo instante em formação espiralada o chakra tomou forma de uma broca, com isso ela já estava preparada para avançar contra os homens e atingir pontos vitais, seria o suficiente para que muitos deles entrassem em combustão imediatamente, saltando, desviando-se dos corpos que se amotinavam entre seus pés a genin podia facilmente continuar a mata-los, mas decidiram recuar para próximo de sua amiga, naquele instante apenas dois idiotas haviam tentado atacar Yukari, e não era difícil ver que se quer tiveram a chance de ver o que os atingira.
Por fim, haviam restado não muito mais do que doze homens que tremiam e instintivamente davam passos para trás amedrontados.
---Eu não preciso matar vocês... E nem ficar com seus pertences, saiam daqui e levem os corpos... --- gritou Suzuki.
Algum se quer ouviram o que a genin havia dito antes de começarem a correr desesperadamente, mas por fim todos havia se embrenhando na mata e desaparecido, deixando apenas alguns corpos torrados e armas do combate.
---Vamos deixa-los ai?--- Perguntou Yukari enquanto via Suzuki caminhar.
---Depois diremos ao Hokage o que aconteceu, não temos tempo para enterrar mortos. ---
Finalmente chegaram ao vilarejo indicado nas citações do Hokage, indiferente da situação Suzuki havia deixando o seu pergaminho nas mãos de um Kage bushin, iriam obedecer as regras impostas pelo Hokage a risca, entregou a carta que estava levemente amassada em seu bolso e recebeu outra carta em troca, o conteúdo como o velho líder disse, só poderia ser aberto pelo Hokage.
Sem se preocupar ela a enfiou nos bolsos e voltou para a vila, dessa vez, não houve nenhum grande incidente, nem bandido, e a estrada estava completamente limpa, muito provavelmente seus companheiros haviam voltado para resgatar os corpos deixados para tras, entregou a carta ao Hokage e decidiu ir ao ichiraku, pois apesar de tudo, só havia tomado o café da manha e um pedaço de pão na hora do almoço.
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