Shira não lembrava exatamente com o que sonhou nesta noite, mas acreditava que tinha sido algo bom, pois estava se sentindo muito disposta, talvez isso se de ao fato, de ter se tornado uma Gennin.
Ela levantou uma hora mais cedo que o de costume e foi procurar na estante do escritório de seu pai algum livro com possíveis Jutsus a serem aprendidos. Achou um exemplar velho de um livro que dizia “Aprendendo a viver entre os macacos”, e começou sua leitura. Logo de começo viu que tratava-se de como escalar as arvores usando os pés. Ela achou muito interessante porque é algo que ela podia aprender junto a Arcano, e como ele é um quadrupede, não seria algo de muito dificuldade.Depois de terminar sua leitura, o que não durou muito tempo, resolveu ir até a cozinha e preparar seu almoço e o de Arcano, já que não voltariam para casa ao meio dia.
Ela pôs a carne da ração para cozinhar em fogo baixo e o arroz para seus bolinhos, e enquanto isso, pegou o queijo, o tomate e a alface então começou a cortar em fatias finas. Preparou sanduíches e espremeu limões para fazer um delicioso suco. Quando o arroz secou por completo fez bolas de tamanho médio envoltas em algas. Por ultimo pegou a carne que já estava se desmanchando de tão boa, e misturou à farinha e outros ingredientes. Era uma velha receita dos Inuzuka que não tinha o gosto mais agradável do mundo, mais era muito nutritiva e boa para restaurar a energia.
Guardou tudo em uma especie de pote que conservava a comida e subiu para acordar Arcano. Ele dormia tão profundo que parecia estar em outro mundo, então decidiu dar mais alguns minutos a ele, me arrumei e fui tomar café.
Depois de satisfeita peguei o café de Arcano e levei a ele. O acordei soprando seus ouvidos, ele odiava quando eu fazia isso, sua
primeira reação foi ficar de cara amarrada, mas quando viu aquele café praticamente na cama não teve como ficar bravo. Ele comeu até
se esbaldar e até lambeu o pote. Limpei tudo e o avisei que sairíamos em breve.
Descemos as escadas e quando sai pela porta ouvi Arcano latir como se quisesse me avisar dealgo, e como de se esperar eu já estava esquecendo de nosso almoço.
No caminho Arcano correu atrás de uma borboleta, achei que ele a pegaria, mas ela foi mais esperta, pousou no alto de uma árvore e ficou parada. Então ele começou a chorar, como se fosse um pedido para mim pega-la, exclamei a ele que a partir daquele dia aprenderia a subir na árvore, o capacitando de alcança-la, de primeira ele não intendeu pois não sabia o que iriamos treinar, mas mesmo assim seguiu adiante.
Quando chegamos lá não era muito tarde, eu ainda via o orvalho sobre a grama, estava tudo perfeito para o treino. Conversei com Arcano o explicando como seria o nosso treinamento, ele pareceu gostar da ideia, aposto que estava à pensar na borboleta.
Primeiramente li frases do livro para ele explicando como seria feito. O primeiro de tudo era a concentração, enquanto nós estivéssemos juntos acho que ela não seria um problema, pois eu e ele temos uma ligação muito forte, e quando fazemos algo parece que nada é capaz de nos diferir, parece que somos duas almas em apenas um só corpo.
Falei a ele que a principio seria um pouco difícil, porque teríamos que concentrar o chakra em dois pontos diferentes, mantendo a mesma quantidade em ambos lugares para termos o equilíbrio de nosso corpo. Então apaguei tudo de minha mente, como se tivesse perdido minha memória por completo, mandei Arcano fazer o mesmo e pensar somente no objetivo.
As primeiras tentativas foram um fracasso, é claro que poderiam ter sido piores, mas tínhamos que nos esforçar bastante. Quando começamos pegar o jeito da coisa demos uma parada para beber uma água. Aproveitei para perguntar a ele o que estava achando do Kinobiri e ele acenou com cara de quem estava gostando. Voltamos a treinar, até o momento de que Arcano conseguira dar seus primeiros passos sobre o tronco da arvore. Elogiei-lo aos montes e ele pareceu se contentar, no fundo me sentia um pouco triste por estar tendo dificuldades, mas também estava feliz por ele. Seguimos em diante, era muito difícil mantes os dois pontos estáveis, mas eu começava a melhorar. Comecei a rir aos montes quando vi uma das patas de Arcano escaparem do tronco e ele ficar pendurado por apenas uma, mas logo em seguida fui ajuda-lo para evitar possíveis machucados.
Aquela hora o sol já estava no auge de seus raios, a floresta que a noite parecia um tanto assustadora, no momento não passava de arvores agrupadas. Os raios passavam entre elas nos dando total visão sobre o que havia entre elas. Me concentrei o máximo que pude, tentei não ouvir o simples coaxar de uma sapo ou os barulhos que as assas dos pássaros emitiam ao eles voarem, eu tinha um objetivo e queria cumpri-lo. Pus minhas mãos, que para mim mais pareciam patas e tentei me agarrar, quando senti a fixação entre elas e a madeira do tronco apoie meus pés e tentei andar feito Arcano fazia. Nós havíamos brincado milhares e milhares de vezes de cabo de guerra, ou pega-pega, então para mim andar de quatro não era nenhuma novidade. A sensação de me sentir agarrada ao tronco, feito um animal foi a melhor do mundo, tentei dar mais um passo com os pés e apenas acompanhar com as mãos e consegui. Nessa hora meu coração batia de felicidade, a minha vontade era de correr e chegar ao topo. Mas quando dei o próximo passo acho que perdi a concentração no que estava fazendo e caí.
Não foi o pior tombo do mundo, mas foi o bastante para Arcano caçoar de mim. Ele se fazia de durão, mas eu sabia que estava cansado. O
avisei que daríamos um tempo para o almoço, então o servi e fui comer meus bolinhos e sanduíches. Estava maravilho apesar de ter
sido feito por mim, na verdade quando estamos com fome acho que qualquer coisa é ótima.
Depois do almoço vi o que ele continuava cansado, acho que foi porque conseguiu subir antes de mim e por gastou mais energia. Nada que uma soneca não melhorasse. O aconselhei a deitar na sombra de uma árvore e o avisei que treinaria mais um pouco. Enquanto ele dormiu fui treinar uns arremessos. Eu saquei da mochila de ferramentas uma kunai e fui até a árvore mais perto desenhar um círculo. Comecei atirando uma de cada vez, joguei as cinco kunais que havia trazido e não acertei nenhuma, nem na árvore e muito menos no círculo. Então saquei as
shurikens que eu sentia ter um pouco mais de habilidade.
Arremessei-as e apenas a ultima passou de raspão, então percebi que deveria treinar mais. Quando fui recolher o material, vi que faltava uma kunai, então saí a procura-la. Andei um pouco entre as arvores e a achei. Bem próximo a ela, tinha alguns cogumelos, pareciam mini
guarda-chuvas um ao lado do outro. Decidi pega-los e leva-los para fazer alguma receita. Guardei-os perto de onde Arcano estava deitado
e voltei ao meu treino, nas segundas tentativas acertei uma das shurikens na árvore, e por diante fui melhorando a pontaria. Quando vi que deveria voltar ao Kinobiri, já havia acertado três kunais e quatro shurikens na árvore, claro que não todas no centro, mas sentia que já estava um pouco melhor.
Dei um assovio para chamar Arcano e ele reconheceu o chamado como de costume, levantou, sacudiu o corpo para tirar as folhas que ficaram pressas em meio ao pelo e correu em minha direção. Disse que voltaríamos a treinar a escalada e começamos a concentrar o chakra. Já era quase três quando voltamos a treinar, e disse a mãe que as cinco e meia voltaria para casa, por isso demos o ultimo gás do dia e nos empenhamos. Comecei a alcançar as marcas de Arcano, estávamos quase empatados. Eu me sentia cada vez mais confiante que em algumas semanas de treino nós já poderíamos estar brincando de pega nas árvores e não somente no chão.
As arvores que escolhemos deveriam ter uns dez metros de altura, e de acordo com meus cálculos, agora empatados no mesmo lugar, tínhamos subido uns dois metros e meio.
Quando estava quase no final no treino fiquei um pouco chateada pensando que poderíamos te subido bem mais alto se tivéssemos nos esforçado mais, mas por outro lado também pensei que devemos subir um degrau de cada vez para um dia chegar ao topo.
Ordenei a Arcano que parasse porque iríamos partir, então recolhi todas minhas kunais e shurikens e fomos embora. No caminho de volta por incrível que pareça, a mesma borboleta ainda estava imóvel no alto da árvore. Vi Arcano tentar concentrar-se e subir, primeiramente fingi que nem o via, mas o fiquei espiando e vi-lo quase alcança-la, não foi dessa vez, mas em pouco tempo sabia que para ele, o céu seria o limite.
Quando cheguei mandei Arcano ir brincar que queria fazer algo. Fervi aqueles cogumelos que havia achado na floresta e fiz uma ótima sopa que eu já conhecia, mas que o ingrediente principal eram cenouras, apenas substitui-las e mesmo assim ficou uma delícia. Na hora da janta, todos aprovaram.
Quando subi para meu quarto enchi a banheira de água e decidi dar um banho em Arcano, ele é do tipo que adora se molhar então não tive problema nenhum. No final do banho ele sacudiu o corpo para tirar o excesso de água e me deu um banho, então sequei ele e deixei-o deitado no tapete do banheiro. Agora era minha vez de se lavar, depois de um dia tão cansativo e ao mesmo tempo prazeroso não havia nada melhor que banhar-se. Sai e me sequei, depois fechei a janela de meu quarto e peguei um livro sobre bolos e me pus a ler. Como de costume chamei
Arcano para subir na cama mais ele não queria deixar aos meus pés, chorou para entrar embaixo do cobertor, então deixei que deitasse ao
meu lado. Dei um beijo nele e o desejei boa noite. Li alguns capítulos do livro até que minhas pálpebras não conseguissem mais ficarem abertas, larguei o livro sobre a escrivaninha ao lado de minha cama e dormi.
Kinobiri (Andar)
Quem usa: Técnica ninja básica, quase todos os shinobis usam
Rank: E
Descrição:
Concentrando chakra nas solas do pés, o ninja pode escalar árvores,
paredes, além de outras superfícies, sem usar as mãos e sem cair, pois
ficam com os pés grudados.
